
domingo, 29 de agosto de 2010
Um Dia Você Aprende (Willian Shakespeare)

sábado, 21 de agosto de 2010
O Tempo e as Jabuticabas
"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de 'confrontação', onde 'tiramos fatos a limpo'.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral. Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa... Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo. O essencial faz a vida valer a pena."
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Espíritos Evoluídos

Um dos garotos tropeçou no asfalto, caiu e começou a chorar. Os outros oito ouviram o choro. Diminuíram o passo e olharam para trás. Então viraram e voltaram... TODOS voltaram! Uma das meninas com Síndrome de Down ajoelhou, deu um beijo no garoto e disse:
- Pronto, agora vai sarar!
"...O SUCESSO É CONSEQÜÊNCIA." (ALBERT EINSTEIN)
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
A Cultura Slow Down
“Há 18 anos ingressei na Volvo, empresa sueca bem conhecida. Trabalhar com eles é uma convivência muito interessante. Qualquer projeto aqui demora dois anos para se concretizar, mesmo que a idéia seja brilhante e simples. É uma regra. Os processos globalizados nos causam (a nós portugueses, brasileiros, argentinos, colombianos, peruanos, venezuelanos, mexicanos, australianos, asiáticos, etc.) uma ansiedade generalizada na busca de resultados imediatos Consequentemente, o nosso sentido de urgência não surte efeito dentro dos prazos lentos dos suecos. Eles trabalham com um esquema bem mais ‘slowdown’.
O melhor é constatar que, no fim, isto acaba por dar sempre resultados no tempo deles (suecos) já que conjugando a necessidade amadurecida com a tecnologia apropriada, é muito pouco o que se perde aqui na Suécia. E a Suécia tem grandes empresas: Volvo, Skandia, Ericsson, Electrolux, ABB, Nokia, Nobel Biocare, etc. Para se ter uma ideia da sua importância basta mencionar que a Volvo fabrica os motores de propulsão para os foguetes da NASA. Os suecos podem estar enganados, mas são eles que me pagam o salário. Devo referir que não conheço nenhum outro povo com uma cultura coletiva superior à dos suecos.
Vou lhes contar uma pequena história, para terem idéia desta cultura: A primeira vez que fui para a Suécia, em 1990, um dos meus colegas suecos me apanhava no hotel todas as manhãs. Estávamos em Setembro, já com algum frio e neve. Chegávamos cedo a Volvo e ele estacionava o carro longe da porta de entrada (são 2000 empregados que vão de carro para a empresa). No primeiro dia não fiz qualquer comentário, nem tão pouco no segundo ou no terceiro. Num dos dias seguintes, já com um pouco mais de confiança, perguntei-lhe: ‘Vocês têm aqui lugar fixo para estacionar? Chegamos sempre cedo e com o parque quase vazio você e estaciona o carro no seu extremo?…’ E ele respondeu-me com simplicidade: ‘É que como chegamos cedo temos tempo para andar, e quem chega mais tarde, já vai entrar atrasado, portanto é melhor para ele encontrar um lugar mais perto da porta. Entendeu?’
Imaginem a minha cara! Esta atitude foi a bastante para que eu revisse todos os meus conceitos anteriores. Alguns países da comunidade européia já segue o chamado ‘Slow Food’. A ‘Slow Food International Association’, cujo símbolo é um caracol, tem a sua sede em Itália (o site na Internet é muito interessante: www.slowfood.com). O movimento Slow Food preconiza que devemos comer e beber com calma, dar tempo para saborear os alimentos, desfrutar da sua preparação, em família, com amigos, sem pressa e com qualidade. A ideia é contraposição ao espírito do Fast Food e o que ele representa como estilo de vida. Verdadeiramente surpreendente, é que este movimento de Slow Food está a servir de base para um movimento mais amplo chamado ‘Slow Europe’ como salientou a revista Business Week numa das suas últimas edições européias.
Na base de tudo isto está o questionamento da ‘pressa’ e da ‘loucura’ geradas pela globalização, pelo desejo de ‘ter em quantidade’ (nível de vida) em contraponto ao ‘ter em qualidade’, ‘Qualidade de vida’ ou ‘Qualidade do ser’. Segundo a Business Week, os trabalhadores franceses, ainda que trabalhem menos horas (35 horas por semana) são mais produtivos que os seus colegas americanos e ingleses.
E os alemães, que em muitas empresas já implantaram a semana de 28,8 horas de trabalho, viram a sua produtividade aumentar uns apreciáveis 20%. A denominada ‘slow atitude’ está a chamar a atenção dos próprios americanos, escravos do ‘fast’ (rápido) e do ‘do it now!’ (faça já!).
Portanto, esta ‘atitude sem pressa’ não significa fazer menos nem ter menor produtividade. Significa sim, trabalhar e fazer as coisas com ‘mais qualidade’ e ‘mais produtividade’, com maior perfeição, com atenção aos detalhes e com menos stress. Significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do prazer dum belo ócio e da vida em pequenas comunidades. Do ‘aqui’ presente e concreto, em contraposição ao ‘mundial’ indefinido e anônimo. Significa retomar os valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do quotidiano, da simplicidade de viver e conviver, e até da religião e da fé.
SIGNIFICA UM AMBIENTE DE TRABALHO MENOS COERCIVO, MAIS ALEGRE, MAIS LEVE, E, PORTANTO, MAIS PRODUTIVO, ONDE OS SERES HUMANOS REALIZAM, COM PRAZER, O QUE MELHOR SABEM FAZER.
É saudável refletir sobre tudo isto. Será que os antigos provérbios: ‘Devagar se vai ao longe’ e ‘A pressa é inimiga da perfeição’ merecem novamente a nossa atenção nestes tempos de loucura desenfreada? Não seria útil e desejável que as empresas da nossa comunidade, cidade, Estado ou país, começassem já a pensar em desenvolver programas sérios de ‘qualidade sem pressa’ até para aumentarem a produtividade e a qualidade dos produtos e serviços sem necessariamente se perder “qualidade do ser"? No filme ‘Perfume de Mulher’ há uma cena inesquecível na qual o cego (interpretado por Al Pacino) convida uma jovem para dançar e ela responde: ‘Não posso, o meu noivo deve estar chegando!’. Ao que o cego responde: ‘Num momento, vive-se uma vida’, e leva a moça para dançar um tango. Esta cena, que dura apenas dois ou três minutos, é o melhor momento do filme. Muitos vivem correndo atrás do tempo, mas só o alcançam quando morrem, quer seja de enfarte ou num acidente automobilístico, 'por correrem para chegar a tempo'. Outros que, de tão ansiosos para viver o futuro, se esquecem de viver o presente, que é o único tempo que realmente existe. O tempo é o mesmo para todos, ninguém tem nem mais nem menos de 24 horas por dia. A diferença está no que cada um faz do seu tempo. Temos de saber aproveitar cada momento, porque, como disse John Lennon, ‘A vida é aquilo que acontece enquanto planejamos o futuro’."
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Estação das Perdas
Há horas em nossas vidas que somos tomados por uma enorme sensação de inutilidade, de vazio... Questionamos o porquê de nossa existência e nada parece fazer sentido. Concentramos nossa atenção no lado mais cruel da vida, aquele que é implacável e a todos afeta indistintamente: as perdas do ser humano.
Ao nascer, perdemos o aconchego, a segurança e a proteção do útero. Estamos, a partir de então, por nossa conta. Sozinhos. Começamos a vida em perda e nela continuamos. Paradoxalmente, no momento em que perdemos algo, outras possibilidades nos surgem. Ao perdermos o aconchego do útero, ganhamos os braços do mundo. Ele nos acolhe: nos encanta e nos assusta, nos eleva e nos destrói...
E continuamos a perder.. E seguimos a ganhar. Perdemos primeiro a inocência da infância. A confiança absoluta na mão que segura nossa mão, a coragem de andar na bicicleta sem rodinhas porque alguém ao nosso lado nos assegura que não nos deixará cair... E ao perdê-la, adquirimos a capacidade de questionar. Por que? Perguntamos a todos e de tudo... Abrimos portas para um novo mundo e fechamos janelas, irremediavelmente deixadas para trás... Estamos crescendo.
Nascer, crescer, adolescer, amadurecer, envelhecer, morrer, renascer(?)... Vamos perdendo aos poucos alguns direitos e conquistando outros. Perdemos o direito de poder chorar bem alto, aos gritos mesmo, quando algo nos é tomado contra a vontade. Perdemos o direito de dizer absolutamente tudo que nos passa pela cabeça sem medo de causar melindres. Assim: se nossa tia às vezes nos parece gorda tememos dizer-lhe isso. Receamos dar risadas da bermuda ridícula do vizinho ou puxar as pelanquinhas do braço da avó com a maior naturalidade do mundo e, ainda, falar bem alto sobre o assunto.
Estamos crescidos e nos ensinam que não devemos ser tão sinceros. E aprendemos... E vamos adolescendo.. Ganhamos peso, ganhamos seios, ganhamos pêlos, ganhamos altura.... Ganhamos o mundo. Neste ponto, vivemos em grande conflito. O mundo todo nos parece inadequado aos nossos sonhos... Ah! E os sonhos!!! Ganhamos muitos sonhos. Sonhamos dormindo, sonhamos acordados, sonhamos o tempo todo. Aí de repente, caímos na real! Estamos amadurecendo...
Todos nos admiram. Tornamo-nos equilibrados, contidos, ponderados. Perdemos a espontaneidade. Passamos a utilizar o raciocínio, a razão acima de tudo. Mas, não é justamente essa a condição que nos coloca acima(?) dos outros animais? A racionalidade, a capacidade de organizar nossas ações de modo lógico e racionalmente planejado?(???)
E continuamos amadurecendo... Ganhamos um carro novo, um companheiro, ganhamos um diploma. E desgraçadamente perdemos o direito de gargalhar, de andar descalço, tomar banho de chuva, lamber os dedos e soltar pum sem querer... Mas, perdemos peso!!! Já não pulamos mais no pescoço de quem amamos e tascamos aquele beijo estalado... Mas, apertamos as mãos de todos, ganhamos novos amigos, ganhamos um bom salário, ganhamos reconhecimento, honrarias, títulos honorários e a chave da cidade... E assim, vamos ganhando tempo... Enquanto envelhecemos.
De repente percebemos que ganhamos algumas rugas, algumas dores nas costas (ou nas pernas), ganhamos celulite, estrias, ganhamos peso... E perdemos cabelos. Nos damos conta que perdemos também o brilho no olhar, esquecemos os nossos sonhos, deixamos de sorrir... Perdemos a esperança. Estamos envelhecendo.
Não podemos deixar pra fazer algo quando estivermos morrendo... Afinal, quem nos garante que haverá mesmo um renascer? Exceto aquele que se faz em vida, pelo perdão a si próprio, pelo compreender que as perdas fazem parte. Mas, que apesar delas, o sol continua brilhando e felizmente chove de vez em quando. Que a primavera sempre chega após o inverno, que necessita do outono que o antecede...
Que a gente cresça e não envelheça simplesmente...
Que tenhamos dores nas costas e alguém que as massageie...
Que tenhamos rugas e boas lembranças...
Que tenhamos juízo mas mantenhamos o bom humor e um pouco de ousadia...
Que sejamos racionais. Mas, lutemos por nossos sonhos...
E, principalmente, que não digamos apenas eu te amo. Mas, ajamos de modo que aqueles a quem amamos, sintam-se amados mais do que saibam-se amados.
Afinal, o que é o tempo?
(Aila Magalhães)
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Vida e Futebol

45 min, 2º tempo – Fim
Até o próximo jogo!